Na última semana participei de um evento de educação financeira em um colégio do bairro onde moro. Gosto muito desse tipo de evento, pois é uma grande oportunidade de conversar com pais, alunos e professores sobre finanças pessoais. Esse tipo de iniciativa contribui bastante para acabar com o tabu que insiste em dominar as conversas sobre dinheiro no Brasil.
A grande discussão no evento foi encontrar uma forma de abordar o assunto de uma maneira onde pais e filhos possam conviver sem que na mesma família existam diferentes realidades (financeiras), pois é comum na mesma casa, as pessoas por falta de planejamento, tomarem decisões diferentes e comprometer as finanças da família.
O ideal é que a família se reúna mais vezes para conversar sobre dinheiro, sem que ele seja um problema, hoje, na maioria das vezes quando se fala sobre dinheiro é justamente para contornar uma situação ruim e encontrar um culpado. Dessa maneira se cria um ambiente pouco propício para uma discussão saudável e esclarecedora.
A mensagem aos pais é que fiquem atentos ao exemplo que apresentam aos filhos, que precisa estar alinhado sempre com o discurso adotado em relação aos hábitos de consumo sem planejamento.
As crianças precisam estar cientes das obrigações da família e ter um mínimo de consciência de que existe um controle de gastos e também saber que só através do esforço de todos será possível alcançar os objetivos da família.
Sempre que falamos sobre educação financeira para pais, também surgem perguntas relacionadas à mesada. Afinal de contas é uma boa alternativa para criar nas crianças o senso de responsabilidade com o dinheiro?
Pois bem, a mesada não pode ser um instrumento de troca ou uma recompensa por comportamentos considerados básicos e essenciais. Bom comportamento, apoio nas tarefas de casa e educação não podem ser considerados diferenciais. E mais, a mesada deve sim ser uma maneira de aproximar pais e filhos, mais uma vez, através dos exemplos e também como oportunidade de aconselhar aos filhos a não gastar mais do que ganham, poupar uma parte para o futuro e consumir de forma consciente.
As escolas tem um papel muito interessante nesse processo de educação financeira, cabe a elas criarem oportunidades de fomentar a discussão do assunto em alto nível. Infelizmente muitas escolas adotaram iniciativas de educação financeira sem o devido preparo de professores para levar um tema tão importante para sala de aula e nesse ponto a boa intenção acabou tornando o assunto superficial e inócuo.
É hora de realizarmos um esforço conjunto para que todos saibam desempenhar bem seu papel sem transferir responsabilidades ou adotar medidas sem efeito.
Até a próxima!
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